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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Combater o Bom Combate, é preciso!

O Bom Combate



  Quando nos lembramos de Paulo, o apóstolo escrevendo a Timóteo, seu pupilo, em sua velhice, sobre combater o bom combate, imaginamos um  sãbio homem transmitindo a experiência adquirida e a sabedora alcançada pelos anos de lutas e embates com os opositores do cristianismo. Mas o bom combate de que Paulo se referia foi infinitamente mais que isso. O que ele desejava ensinar ao jovem Timóteo, era o motivo e a razão maior que o impulsionava a viver tão intensa e verdadeiramente aquilo que ele pregava. Ensinou àquele rapaz, cheio de potencial, caráter, seriedade e paixão pelas Boas Novas a não desistir daquilo em que ele acreditava por causa de pessoas e circunstâncias que aparecessem em seu caminho. E ele só poderia resistir, se preservasse dentro de si a sua convicção a respeito de si e do poder do Evangelho. Se alimentasse em seu coração esta certeza, estaria firme. E uma vez firmado neste propósito, mesmo que viessem as lutas, as adversidades e os opositores, prosseguiria.
  Em nossa vida também é assim: Quer no que tange o Evangelho e suas implicações e responsabilidades, quer em nossa vida pessoal, somos diariamente desafiados a abrir mão de nossas convicções e posições tomadas sobre o que nos diz respeito ou que tomamos pra si a respeito e em defesa de outros.....
 Quantas vezes um(a) amigo(a) te magoou e por isso vc teve vontade de se vingar  mas não o fez porque iria contra os seus princípios? E quantas vezes esperaram de vc que abrisse mão de alguém só porque esse alguém não andava de acordo com o sistema ou a opinião pública (geralmente impostos por alguém com grande poder de manipulação)? Vc resistiu por acreditar na pessoa ou sucumbiu porque a pressão foi demais? E se desistissem de vc? E se te abandonassem pq vc foi caluniada?
Paulo sabia oq era viver sob o rótulo, o estigma, de ser um perseguidor. Sabia oq era viver à margem da sociedade por causa de suas escolhas...Deixou de ser Saulo para ser simplesmente Paulo, o pequeno. Aprendeu da pior forma o que era misericordia e solidariedade. E deixou o ensinamento: para se defender uma causa, é necessário abrir mão de si, de suas convicções e de seus projetos pessoais em prol de um ideal.
  Jesus deixou através de Sua vida e obra, o verdadeiro recado sobre o que significa, lealdade e companheirismo, misericórdia e boa vontade. E esses conceitos independem de circunstâncias ou de grau de importância que uma pessoa pode ter; nem ligou pro que pensavam da adúltera, tão pouco o que diziam de Zaqueu. Não era amigo de Lázaro pelo que ele possuía(aliás, ele era um trabalhador comum,  responsável por duas irmãs e precisava protegê-las em sua honra já que eram solteiras...). Não ligou de se deixar venerar por uma prostituta e chamou pra sua "equipe" um certo cobrador de impostos....Sabia melhor do que ninguém conviver com as diferenças, afinal, quem poderia conciliar amizade com um pescador rude como Pedro e um doutor como Lucas? Ou ainda, como poderia por sua própria mãe a cuidar e ser cuidada por uma "Madalena arrependida"?? Num mundo de paridades sociais, onde só vemos pessoas querendo conviver com seus "iguais" repartindo ou competindo em seus egos inflados de vaidade do que se tem e não do que se é, vimos Jesus parar à beira de um poço com uma samaritana desprezada....Quantas vezes temos a rica oportunidade de nos confrontarmos com este mundo mesquinho e preconceituoso para ir até onde estão os desprezados, os discriminados, os marginalizados e não o fazemos? Quantas vezes deixamos de abraçar os menores, os pequeninos dos quais Jesus falava, para apertamos a mão de meros frequentadores de templos, cujo propósito até pode ser ir até a presença de Deus sem ter como  propósito superior de buscá-Lo; sem perceber que Ele estava ali mesmo, observando sua falta de sensibilidade com a dor do outro....
  Paulo sabia mesmo o que estava dizendo a Timóteo....O Reino de Deus não é feito de receber e sim de dar, se preciso sua própria vida pela de seu irmão. Como se vive debaixo da benção e não se chora pelo abandono de seu semelhante sem Deus? É preciso frutos. De arrependimento, eu diria, o primeiro deles e por fim do Espírito, que nos impulsiona a sermos bem mais do que estamos dispostos. 
 Combater o bom combate portanto, irmãos, é lutar pelo bem do outro, com suas orações, sua posição em defesa deste, sempre que necessário ou por seu crescimento como ser humano e cristão, assim como Paulo fez pelo Evangelho e por seu discípulo, assim como Jesus o fez pelos seus....mesmo sabendo que seria traído, negado por três vezes e abandonado numa humilhante cruz. Nós, ao contrário Dele, não suportamos uma decepção e não perdoamos uma traição....Não compramos o barulho de ninguém e nem nos arriscamos em favor de alguém se isso não nos for conveniente ou vantajoso num futuro próximo....Isso não é amar o próximo como a nós mesmos; é amar a nós mesmos e lançarmos mão do próximo ou antes, trazer pra junto de nós aquele que nos for útil e quem sabe descartá-lo assim que percebermos que ele não nos convém.
 Bem irmãos, precisamos rever o conceito de Primeiro Amor.
Porque se pensa erroneamente que o primeiro amor  que se  refere o Senhor em revelação a João aos congregados em Éfeso, não era o sentimento de recém convertidos em si, mas às suas obras....Se Thiago diz que "a Fé sem obras, é morta", é porque o primeiro amor fazia com que eles tivessem amor ao próximo, ao Evangelho e por fim, ao Reino de Deus como um nobre propósito. Assim, não adianta amar e não provar isso na prática.
  Pratiquemos portanto o Amor, através da Caridade e da boa vontade para com nosso semelhante(ainda que este não seja tão semelhante assim....),nem que seja por um ato de Fé.
 Um abraço fraterno em todos......
                                                                                       
             Rosane.